O PODER DO SONHO
Este ano, no carnaval que passou, lancei um olhar novo à festa que acontece todo início de ano na cidade do Rio de Janeiro, abençoada pelo Cristo Redentor.
A empolgação e o delírio que tomam conta das pessoas, cantando, dançando, exibindo-se no meio da multidão de espectadores que repetem o que vêem, me pareceu mais que um simples extravazar de sentimentos vistos como exacerbação da carne, mas
um sonho perseguido o ano todo por um trabalho sério realizado por mãos e cabeças que criam e se mantêm unidas em busca de um resultado prazeiroso para todos.
Estando numa cidadezinha serrana, observei a tenacidade com que as pequenas comunidades mostravam o fruto de um trabalho de muitos meses para a vitória de um desfile de três dias, coroado ou não por um prêmio. O esforço físico exigido dos homens que empurravam os carros alegóricos , que dançavam desajeitadamente no asfalto, era inacreditável.
Olhando da minha janela, constatei que a primeira escola , a desfilar já estava na concentração horas antes do início da festa, a repassar o samba e terminar os últimos retoques, enquanto a segunda repassava o seu samba , que dizia:
“ Eu canto, eu canto
E vivo a sorrir
Sou brasileiro, vem comigo
Falar do meu Brasil.
... ele se transformou nesta terra varonil.”
O que me trouxe à memória: “ Por que me ufano do meu país” dos anos da ditadura Vargas.
Subitamente, um temporal acompanhado de trovões, relâmpagos e raios , que se confundiam com os fogos soltos em momentos do desfile de cada escola, atingiram uma caixa de força que estourou, deixando a cidade às escuras, mas ninguém parava de cantar e dançar.
Como explicar essa espécie de transe em que os carnavalescos caiam, senão à força do sonho de uma liberdade que os protegia de um governo que os ignorava e nada tinha a ver com eles.
Este ano, no carnaval que passou, lancei um olhar novo à festa que acontece todo início de ano na cidade do Rio de Janeiro, abençoada pelo Cristo Redentor.
A empolgação e o delírio que tomam conta das pessoas, cantando, dançando, exibindo-se no meio da multidão de espectadores que repetem o que vêem, me pareceu mais que um simples extravazar de sentimentos vistos como exacerbação da carne, mas
um sonho perseguido o ano todo por um trabalho sério realizado por mãos e cabeças que criam e se mantêm unidas em busca de um resultado prazeiroso para todos.
Estando numa cidadezinha serrana, observei a tenacidade com que as pequenas comunidades mostravam o fruto de um trabalho de muitos meses para a vitória de um desfile de três dias, coroado ou não por um prêmio. O esforço físico exigido dos homens que empurravam os carros alegóricos , que dançavam desajeitadamente no asfalto, era inacreditável.
Olhando da minha janela, constatei que a primeira escola , a desfilar já estava na concentração horas antes do início da festa, a repassar o samba e terminar os últimos retoques, enquanto a segunda repassava o seu samba , que dizia:
“ Eu canto, eu canto
E vivo a sorrir
Sou brasileiro, vem comigo
Falar do meu Brasil.
... ele se transformou nesta terra varonil.”
O que me trouxe à memória: “ Por que me ufano do meu país” dos anos da ditadura Vargas.
Subitamente, um temporal acompanhado de trovões, relâmpagos e raios , que se confundiam com os fogos soltos em momentos do desfile de cada escola, atingiram uma caixa de força que estourou, deixando a cidade às escuras, mas ninguém parava de cantar e dançar.
Como explicar essa espécie de transe em que os carnavalescos caiam, senão à força do sonho de uma liberdade que os protegia de um governo que os ignorava e nada tinha a ver com eles.