Depois de vinte e cinco anos afastadas pelos diferentes locais em que exerciam a profissão escolhida, talvez por seus pais e avós, como uma das poucas existentes para a mulher mas que as cobriam de dignidade, marcaram uma festa para comemorar o quarto de século que se havia passado.
Somente umas poucas das trezentas e tantas que usavam o uniforme azul e branco, decidiram seguir caminho diferente daquela primeira escolha.
Desse pequeno grupo, três permaneciam na memória coletiva das colegas, e traziam para cada uma, uma expectativa sobre o que lhes sucedera.
Das três, a primeira, uma aluna brilhante em matemática, escolhera a engenharia como profissão mais atraente, que ela exercia com muito êxito. Para a segunda, a vida religiosa, seria a melhor escolha para cuidar com muito zelo, daqueles sob seus cuidados. E a terceira que se casara antes do final do curso, e que provocara escândalo entre as amigas ao ostentar um barrigão de sete meses de gravidez, coisa tabu na época, e muito condenada por todos.
O suspense pelo aparecimento ou não das três à festa dos vinte e cinco anos de formatura foi quebrado quando foram anunciadas pelas palmas e a alegria de todos os presentes.
Soubemos então que estavam felizes e realizadas no caminho que haviam escolhido por própria conta e risco, embora os tropeços e acertos da vida profissional diferente da maioria, não as impedissem de ter uma vida harmoniosa em família, como qualquer uma de nós, que não transgredira as regras preestabelecidas pelas gerações com mais experiência.
Teresópolis, março de 2012.
Therezinha de Jesus de Araújo Cunha